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  • Writer's pictureGina Fróes

O que não deixar de comer em Buenos Aires



Quem nunca ouviu falar que a Argentina é a terra do doce de leite ou da melhor carne?

E não é para menos, afinal essa riquíssima gastronomia, uma das que mais se destaca na América Latina, teve muita influência de duas grandes colonizações: os espanhóis e especialmente, os italianos.


O toque espanhol vem representado pelo locro (guisado composto por feijão branco, milho, abóbora, linguiça, bacon, tripa e orelha (ou pé) de porco, cebola e pimentão) e a humita (equivalente a nossa pamonha). Mas juntamente com os nativos, deram origem à cozinha criolla, responsável pelo churrasco, pelo doce de leite, pelas empanadas e outros pratos.


Já os italianos tiveram seu papel importantíssimo, trazendo na bagagem a sua conhecida massa, permitindo o enriquecimento da culinária portenha, através de diversos pratos que ali inexistiam, como o nhoque, o macarrão, a pizza, raviólis, canelone, risotos, etc.


Além desses preparados, os italianos também apresentaram condimentos como o molho de tomate, o consumo de frutas secas, azeite de oliva e azeitonas, além de massificarem o vinho, bebida que marca presença na gastronomia de todo país.


E para que você não se assuste quando chegar lá, os hermanos tem hábitos alimentares diferentes dos nossos. Se nós brasileiros estamos acostumados a escutar que devemos “tomar café da manhã como rei, almoçar como príncipe e jantar como um plebeu”, em Buenos Aires a temática é bem ao contrário.


O "desayuno" começa com um simples café ou mate (bebida muito comum entre eles) e algumas tostadas (torradas) ou medialunas (croissant). Já o almoço pode optar por uma proteína (bife de chorizo ou milanesas) e batatas, por exemplo. Eles não tem esse costume de comer arroz e feijão, como nós. E o jantar, aí sim, para os portenhos é talvez a refeição mais importante do dia, e aqui vem os asados (churrasco), as parrilladas (variados cortes de carne servido numa tábua), os cortes de vacío, acompanhados por uma boa ensalada (salada crua) ou papas (batata) e tudo regado a um bom vinho.


Bem, então se você pretende visitar a terra dos nossos hermanos, aqui vai uma lista do que você NÃO pode deixar de experimentar na culinária portenha.


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💠 Choripan!


Chorizo é como a nossa linguiça aqui no Brasil (e eu diria até que numa versão melhor, me desculpem os brasileiros) e pan, que é pão em espanhol.

Então junta linguiça no pão e dá isso aí... Choripan!

Ele pode ser servido com salsa criolla (vinagrete), chimichurri, e de várias outras maneiras!

Melhor lugar pra comer?

Carrinhos de rua...Sério, gente! Porque é super autêntico, a cara de Baires!

Mas você pode encontrar no Las Cabras e no El Parillón, que fica no Costanera Sur.


Foto: Trips by Gina


💠 Carne!


Argentina é conhecida como um dos maiores e mais famosos produtores de carne bovina do mundo. Isso porque a carne tem uma textura e uma maciez espetaculares!


Foto: Trips by Gina

Três fatores importantes que fazem desse prato ser tão apreciado são:


- A raça dos animais de corte é predominada pelo Angus e Hereford, ambas de origem britância, que se adaptaram perfeitamente ao clima frio e relevo natural da Argentina;


- Por lá, os gados são criados em pastos que ficam em regiões planas e baixas das Pampinas, parte central da Argentina. Com pastagem em abundância, o boi faz um esforço mínimo para se alimentar. Essas características dos pastos argentinos têm forte impacto na qualidade da carne. Como o gado não precisa ficar gastando energia, subindo morros e se exercitando à toa em busca de comida, ele não cria músculos. Na prática, isso é sinônimo de um animal que produz carnes mais macias;


- Outra particularidade interessante está no abate. Na Argentina, os bois só são abatidos por volta dos 2 anos de idade, ou seja, entre 20 e 24 meses de vida. Nesse tempo, estima-se que o animal tenha o peso ideal para o abate, algo que se aproxime de 450kg. No Brasil, para se ter uma ideia, os bois de raça zebuína são levados ao abate 6 meses antes do gado argentino, sabia? E esse fator influencia na qualidade dos cortes, ou seja, se o boi é muito novo, a carne fica sem sabor. Se ele é muito velho, o corte será duro. Os argentinos encontraram esse equilíbrio com um período de abate perfeito.


Foto: Trips by Gina

De fato, a Argentina é famosa pelos elementos que ajudam a compor sua cultura. Os motivos que tornam os cortes argentinos tão famosos, nos levam a mais um fator para incluir em seus costumes: o cuidado. O zelo que os argentinos têm com sua carne, desde a criação até o momento do fornecimento, não são apenas exemplos de como produzir um ótimo produto, mas também de como cultivar uma cultura.


Agora quando você for fazer seu pedido no restaurante, sempre diga se quer marcada (sangrando), al punto ou muy hecha (bem passada).



💠 Fugazzetta Rellena!


A pizza do "corazón" dos argentinos, e do meu também!!!

Ela é conhecida por levar bastante queijo e cebola. E olha que o queijo deles é terrivelmente delicioso!

Mas não estranhe se você os vir comendo pizza de pé, é bem normal. Ou lugares que só atendem pedidos para levar pra casa. Ah, e tem também as de corte, onde se vende somente a fatia!

Onde comer?

Av. Corrientes, "la calle" principal das pizzarias argentinas!

Quer uma sugestão? Visite a Pizzaria Guerrin, super tradicional, inaugurada desde 1932.



Foto: The Spruce Eats


💠 Alfajor!


Esse é o queridinho dos brasileiros pra levar de souvenir.

E olha que não existe só Havana não...na minha opinião tem uns tão bons quanto e até melhores! Tipo Cachafaz, Negro e La Recoleta. Sugiro que procure experimentar e ver quais você prefere, antes de focar somente na marca mais procurada.


Fora que existem outros tipos, como os de maisena e o El Rosario (alfajor cordobês com recheio de fruta e açucarado).

Além disso, pouca gente sabe, mas existe o Alfajor Helado (gelado), e esse ganha disparado meu coração.


Foto: Cocina Facil


💠 Doce de leite!


Na real, quem prova um doce de leite argentino nunca esquece.

O da marca Sancor é de comer babando, consistência perfeita! E vende aqui no Brasil.

Mas lá em Buenos Aires, você encontra uma veriedade de marcas nos supermercados ou nas lojinhas de souveniers, caso queira levar como lembrança, numa versão mais "requintada".


E o sorvete de doce de leite? Genteeeeeeeee! Imperdível! Não deixa de incluir na lista, tá?!

Boa parte das sorveterias mantêm uma preparação artesanal, à moda italiana, o que lhe confere um sabor distintivo.



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Claro que a culinária argentina não se restringe somente a esses itens, existem muitas outras opções que são de dar água na boca e isso você pode perceber nas confeitarias, cafés e outros restaurantes, por exemplo.

Se permita explorar esse universo gastronômico e apreciar uma boa comida.

Aqui vão outros "termos" para que possam te ajudar a montar seu cardápio turístico quando visitar o lugar =)


  • Entraña: o nome pode parecer estranho, mas é um dos cortes mais saborosos da parrilla Apesar do que sugere o nome, trata-se de um corte bovino da parte de fora do diafragma.

  • Estofado de carne: guisado de carne, alho, cebola, tomate, cenoura, pimentão, cogumelo fresco e vinho branco. Muito usado para acompanhar massas.

  • Guiso de lentejas: guisado muito consumido no inverno. Preparado com lentilhas, linguiça, bacon, cebola, tomate e pimentão.

  • Matambre: muito comum nos churrascos, o corte é da região da costela. Também se prepara enrolado, tipo rocambole, configurando um prato típico da época de Natal.

  • Matambrito: corte de porco. Acompanhado do churrasquito, são duas delícias porcinas encontradas nos churrascos.

  • Puchero: um cozido de carne de boi, salsicha, ossos (tutano), cenoura, alho poró, repolho, salsão, batata doce e batata, milho e grão de bico

  • Tamal: uma versão da pamonha, porém recheada, muito típica na região de Salta. Normalmente o recheio é de cebola, passas, ovo cozido e, algumas vezes, carne.

  • Chocotorta: paixão e clássico nacional, a sobremesa é tipo um pavê, preparado com camadas de biscoito de chocolate (chocolinas) e um creme de doce de leite e cream cheese.


 


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