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Barulho dentro de si: você consegue se escutar?




Uns meses atrás vivi um episódio, um tanto estressante, em que me peguei dizendo a seguinte frase para um amigo:


"As pessoas quando tem muito barulho dentro de si, não conseguem parar para escutar o outro, só escutam a si mesmas..."


Às vezes (quase sempre), estamos tão cheios de nossos próprios conflitos, dilemas, egoísmos, opiniões formadas e fechadas, cheios de nossa própria razão, que não paramos pra silenciar nosso interior, e aí esquecemos de "escutar"!


E escutar, diga-se de passagem, vai mais além do que só ouvir...é dar atenção devida às palavras, à pessoa que nos fala, naquele momento!


No escutar, não cabe o "monologar", mas o dialogar é fundamental!

Mesmo não sendo obrigados a concordar com o que o outro diz, respeitar é essencial e faz parte do aprendizado e da construção de pontes e relacionamentos.


E se há o confronto desse barulho interno, então é o caso em que se precisa apenas do silêncio mesmo...respirar, acalmar o coração e praticar a contemplação.


Na correria do dia-a-dia é difícil, mas é preciso. Se torna extremamente necessário, eu diria!


E uma vez que começamos a percorrer esse caminho, começamos a sentir a incrível mudança aqui dentro, porque aprendemos a olhar mais pra fora de quem somos, do que fazemos ou do que temos.


Aqui vai um pequeno trecho, do livro "O Monge e o Executivo", de James C. Hunter, onde o monge procura fazer com que o personagem John, entenda sobre o real siginificado do que é "escutar":



"- Ontem de manhã, quando nos conhecemos em seu quarto, você me interrompeu no meio de uma frase três vezes. Isto sinceramente não me afeta John, mas tenho receio das mensagens que você transmite às pessoas que lidera, quando as interrompe dessa maneira. 
Ninguém lhe falou desse seu mau hábito?

- Não, não realmente - menti, sabendo que uma das maiores queixas de Raquel a meu respeito, era que nunca eu deixava as pessoas terminarem uma frase. Isso frustava muito meus filhos. 
Raquel sempre repetia que provavelmente eu fazia a mesma coisa no trabalho e talvez ninguém jamais tivesse coragem de dizer-me. 

(...)

- Quando você interrompe as pessoas no meio de uma frase, John, você envia algumas mensagens negativas. Número um, se você me interrompeu, é porque não estava prestando muita atenção ao que eu dizia, já que sua cabeça estava ocupada com a resposta. Número dois, se você se recusa a me ouvir, não está valorizando a minha opinião. Finalmente, você deve acreditar que o que tem a dizer é muito mais importante do que o que eu tenho a dizer. John, essas mensagens são desrespeitosas, e como líder você não pode enviá-las.

- Mas não é assim que eu me sinto, Simeão - retruquei. 
Tenho muito respeito por você.

- Seus sentimentos de respeito devem se expressar através 
de suas ações de respeito, John."

Livro O Monge e o Executivo, página 40. 


Depois que li esse livro, e especialmente esse trecho, isso me ajudou muito a entender o quanto precisamos acalmar nosso "egocentrismo" a fim de dar espaço para que o outro, enquanto na transmissão do que se pretende comunicar, receba a devida atenção.


Isso é respeito, isso é construção de relacionamento, isso é se importar com a outra pessoa, mais além de nós mesmos.


 



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